Viagens de Dom Pedro II pelo Brasil: 12 locais onde esteve o Imperador

Ginásio Pernambucano, visitado por D. Pedro II em 1859


Durante seu reinado,  Dom Pedro II realizou três viagens ao exterior. Contudo, esquecemos que ele também percorreu várias cidades brasileiras.  

As visitas tinham como objetivo inaugurar obras públicas, conhecer diretamente os lugares e habitantes do país e também se mostrar aos súditos. 

Por isso, selecionamos 11 lugares no Brasil onde o monarca esteve. Infelizmente, em muitos locais, não há mais vestígio de onde o imperador teria se hospedado ou do lugar que ele visitou.  


1. Palácio Campo das Princesas, Recife (PE)



Dom Pedro II visita Recife em 1859 e se hospeda no palacete do então governador Francisco do Rego Barros. 

Rodeado por um pequeno bosque, a edificação era uma das mais imponentes da época. O monarca viajava com a imperatriz e as princesas, D. Isabel e D. Leopoldina, e por isso passaria a ser conhecido como "Campo das Princesas".

Com a chegada da República foi destinado para ser sede do governo do estado e sofreu inúmeras modificações. 

Aberto para visitas guiadas. 

2. Ginásio Pernambucano, Recife (PE)



Fundado em 1825  é o mais antigo colégio do país ainda em atividade.  O prédio atual foi concluído pelo engenheiro José Mamede Alves Ferreira, em 1866. Em 1859, durante sua estada a capital de Pernambuco, recebeu a visita do Imperador Pedro II.  

De estilo neoclássico, edificado com dois andares, com fileiras de janelas e arrematado com um frontão triangular. Na fachada do andar superior podemos ver decorações em estilo geométrico que nos rementem à Roma Antiga.  

3. Fazenda Morro Azul, Limeira (SP)



Propriedade de Manoel Rodrigues Jordão, comerciante de terras e ouro, a casa sede da Fazenda Morro Azul foi finalizada em 1877. D. Pedro II esteve ali duas vezes, em 1878 e 1886 e a propriedade ficou conhecida como a Fazenda do Imperador.

A fachada é decorada com azulejos portugueses, holandeses e ingleses. As onze palmeiras situadas em frente da casa foram doadas pelo próprio Imperador D. Pedro II.

 Também doou o sino que atualmente se encontra na igreja de Nossa Senhora do Brasil, em São Paulo (SP). No interior se encontram as últimas modernidades da época com banheiros dotados de água encanada.

Aberto à visitação.

4. Hospital da Venerável Ordem do Carmo*, Rio de Janeiro (RJ)



A ordem do Carmo sempre esteve presente na formação do Brasil. No Rio de Janeiro, a Capela Imperial era dedicada a Nossa Senhora do Carmo e o hospital foi fundado ali, em 1733. 

Com o crescimento da cidade, a instituição de cuidados passou por várias sedes. O edifício, que funciona como hospital até hoje, foi a inaugurado oficialmente foi no dia 24 de junho de 1870, com a presença do Imperador Dom Pedro II, a Princesa Isabel, o Conde d’Eu, entre outras personalidades.

Por ser um hospital, a visitação do interior é proibida, mas é possível contemplar a fachada e a recepção.

* Apesar de ser no Rio de Janeiro fiz questão de registrar este hospital, porque até ali, na antiga capital, são poucos os edifícios visitados por D.Pedro II que ainda estão de pé. 

5. Casa do Barão (sede da Cúria Diocesana de Amparo), Amparo (SP).

Em 1878, quando a cidade de Amparo recebeu a visita de D. Pedro II, o imperador ficou hospedado por dois dias na residência de Joaquim Pinto de Araújo Cintra, Barão de Campinas (1824-1894). Na época, a cidade era considerada a maior produtora de café do Brasil Império.

6. Asilo Nossa Senhora do Carmo (antigo Solar do Barão de Carapebus), Campos dos Goytacazes (RJ)




Construído em 1846 por Joaquim Pinto Neto dos Reis, o Barão de Carapebus, foi palco das duas visitas que D. Pedro II fez a cidade. A primeira em 1847 e segunda em 1883, quando assinou o termo para a implantação da luz elétrica.

A imponente fachada e a escada de cantaria suntuosa se destacam no meio da planície goitacá e dão as boas-vindas ao solar levantado no auge da economia açucareira.   

Após a morte do Barão, em 1896, o palacete se transformou em Asilo Nossa Senhora do Carmo, fundado pela conferência Vicentina São Francisco de Assis e inaugurado no dia 8 de agosto de 1904.

Atualmente, encontra-se abandonado e não é possível visitá-lo.

7. Palacete Santa Mafalda, Juiz de Fora (MG)



Em 1861, D. Pedro II visitava a cidade de Juiz de Fora, de modo a inaugurar da Companhia União Indústria. Nesta ocasião, hospedou-se no palacete Santa Mafalda, construído no final na década de 1850, pelo Comendador Manoel do Vale Amado, político e fazendeiro.

Ali, o monarca recebeu autoridades e assinou documentos. O comendador quis oferecer-lhe o palacete, mas este recusou, dizendo que só aceitaria se ele fosse doado ao estado para abrigar uma escola ou obra de caridade.

Ofendido, Manoel do Vale Amado fechou a casa e seu filho respeitou a decisão de mantê-la vazia. Passou à Santa Casa de Misericórdia, em 1904, e três anos depois foi transformado no primeiro grupo escolar de Minas Gerais. Atualmente, abriga a Escola Estadual Delfim Moreira.

8. Palacete do Visconde de Nácar, Paranaguá (PR)

Em 1853, a província de São Paulo foi desmembrada e surge a província do Paraná. A região prosperou com as plantações de erva-mate e café, além das atividades do porto de Paranaguá.

Neste contexto, em 1880, D. Pedro II desembarcou ali para iniciar um tour pelas cidades de Antonina, Morretes e Curitiba. Em Paranaguá hospedou-se por dois dias no palacete do Visconde de Nácar, Manuel Antônio Guimarães (1813 – 1893), político, empresário e fazendeiro.

Edificado em estilo eclético, destaca-se a fachada de janelas curvas. Após a morte do proprietário, o prédio passou para a prefeitura que fez dali a sua sede. No entanto, o local foi abandonado e se encontra assim até hoje.

9. Catedral de São João Batista, Niterói (RJ)



Com a constituição da Vila Real da Praia Grande, em 1º de maio de 1819, foi previsto a construção de um templo. Em 1835, a vila ganhou mais importância e se elevou à Cidade Imperial de Niterói e capital do estado do Rio de Janeiro.

Em 24 de junho de 1854, dia de são João Batista, D. Pedro II e D. Teresa Cristina estiveram na solenidade que entronizou as imagens sacras na igreja. 

Construído em estilo neoclássico, a fachada sem ornamentos, ostenta duas torres sineiras. O interior guarda os dois púlpitos laterais e o branco predomina, deixando o templo leve e iluminado. 

10. Ponte D. Pedro II, Cachoeira (BA)



A Bahia sempre foi uma província de importância política e econômica no Brasil. Foi ali que D. João desembarcou, em 1808, e concedeu a abertura dos portos. Também D. Pedro I esteve em Salvador para garantir o apoio da população e seus dirigentes. 

Já D. Pedro II esteve na capital e no interior. Em 7 de julho de 1885, inaugurava a ponte que uniria as cidades de Cachoeira e São Félix, e assim, o sertão baiano com o litoral. 

A ponte foi construída sobre o rio Paraguaçu com materiais importados da Inglaterra. Na sua época foi considerado uma proeza da engenharia e hoje é a testemunha dos efeitos da Segunda Revolução Industrial no Brasil. 

11. Solar dos Imperadores, São José do Norte (RS)


Em 1845, D. Pedro II e D. Teresa Cristina embarcaram rumo ao Rio do Sul para conhecer as cidades que haviam sido fiéis ao governo imperial durante a Revolução Farroupilha.

A comitiva parou nas cidades de Rio Grande e São José do Norte. Nesta última, D. Pedro I já havia estado quando acompanhou as tropas para a Guerra da Cisplatina. O casal imperial ficou hospedado no mesmo casarão que o antecessor e o lugar ganhou o apelido de Solar dos Imperadores. 

Embora esteja bastante deteriorado é possível reconhecer o estilo colonial português do litoral com as grandes janelas, batentes de pedra e dois andares. Mesmo decadente, a construção impressiona, e é fácil adivinhar porque a casa foi escolhida para hospedar os ilustres visitantes. 

12. Museu Paço Imperial, Penedo (AL)

A cidade de Penedo, em Alagoas, fica às margens do rio São Francisco. 

D. Pedro e D. Teresa Cristina chegaram ali, em 14 de outubro de 1859, para conhecer o potencial do Velho Chico e pernoitaram na próspera cidade, que possuía quatro fábricas, um porto movimentado e igrejas com altares de ouro. 

No centro estava o casarão da Família Lemos Araújo que emprestou a morada para que os soberanos pernoitassem. Felizmente, a construção foi preservada, e hoje serve para o Museu Paço Imperial, mantido pela Fundação Raimundo Marinho, e que conta a história do lugar, com menção aos imperiais visitantes. 

Agradecimentos ao perfil no Instagram @Brasil_Imperial. 

Você conhece algum destes lugares? 

Tem sugestão de mais locais? Escreva nos comentários. 


 


Comentários