Gravura celebrando o fim do Antigo Regime |
Antigo Regime era o sistema político e social da França até o século XVIII. O termo foi criado após a Revolução para diferenciar os dois tipos de governo.
A sociedade era dividida por diferentes estados: clero, nobreza e servos.
Por em cima todos estava o rei que governava sob o segundo a Teoria do Direito
Divino na qual afirmava que o poder do soberano era concedido por Deus.
Características do Antigo
Regime
Sociedade
Na sociedade
do Antigo Regime não existia o princípio que todos são iguais perante a lei.
Muito pelo contrário. O nascimento determinava qual seria sua posição na
sociedade.
Clero e nobreza estavam livres de impostos, ambos tinham acesso à educação
e viviam das rendas de suas propriedades.
Já o restante, os servos, deviam pagar impostos ao clero, à nobreza e ao
rei. Como consequência, grande parte vivia na pobreza. Além disso, havia o
direito senhorial sobre os camponeses, que consistia em aplicar
a justiça e cobrar impostos.
No final da Idade Média, as cidades ganham mais importância, e novos
ofícios surgem ou são mais valorizados. Com isso surge uma sociedade mais
dinâmica do que aquela no campo.
O Rei
O rei concentrava em si e nos seus conselheiros, as decisões do executivo e
legislativo. Em alguns casos, ele também administrava a justiça.
Dentro da lógica da época, o poder do Rei era dado por Deus e por isso, ele
deveria ser esforçar para ser o melhor governante possível, pois teria contas a
prestar após sua morte.
Primeiro Estado: clero
O Primeiro Estado estava formado pelo clero. A França era um país católico
e à Igreja cabia realizar os registros
de nascimento e falecimento, matrimônio, educação, os hospitais, e, claro, a
vida religiosa dos franceses.
A Igreja exercia influência sobre o governo, pois controlavam grandes
extensões de terra e estava isenta de impostos, detinham poder econômico.
Também figuras do alto clero eram conselheiras do rei.
No entanto, ao mesmo tempo em que a Igreja interferia nos assuntos do Rei,
este também se intrometia nos temas eclesiásticos. Afinal, o rei aproveitava as
cerimônias e simbologia religiosa para reafirmar seu poder como representante
de Deus na Terra.
Segundo Estado: nobreza
O Segundo Estado era constituído pelos nobres, pessoas com títulos
hereditários, proprietárias de terra. Assim como o clero, não pagavam impostos
e ocupavam cargos importantes no governo, no exército e no clero.
Dividia-se conforme a antiguidade e a quantidade de títulos, pois alguns
nobres os haviam recebido na Idade Média.
Os nobres eram proprietários de terras e no século XVI, devido à
centralização do governo, tinham perdido seu poder militar. Por isso, Luís XIV,
a fim de não rivalizarem com o poder do rei foram convidados a viverem em
Versalhes, e assim formar parte da corte francesa.
A partir do século XVIII, os burgueses chegavam a ser nobres porque
compravam títulos de nobreza ou por se casarem com filhos da nobreza que estava
empobrecendo.
Terceiro Estado: burgueses e
servos
O Terceiro Estado correspondia na maioria da população e consistia em todas as
pessoas que não pertenciam ao clero ou à nobreza: burgueses, comerciantes, camponeses e profissionais
liberais.
Sobre o Terceiro Estado recaía a tributação, pois tinham que pagar os
impostos sobre a colheita, para plantar e colher, usar o moinho, o forno e os
transportes.
Economia
Durante o Antigo Regime, mercantilismo era o sistema econômico.
Este se constituía em possuir monopólios de produtos como o sal, tabaco, trigo, vinho, etc. Acumular metais preciosos que garantissem o comércio exterior e
conquistar colônias com o fim de obtê-los e garantir mercados. Tudo isso era
regulado pelo Estado.
Iluminismo
O iluminismo foi um movimento intelectual iniciado na Escócia e que ganhou
força na França. As ideias ilustradas questionavam o modelo econômico, social e
político da Idade Média.
Os iluministas ou ilustrados, buscavam explicar os fenômenos sociais e
naturais pela Razão, sem a interferência da religião. Defendiam ideias sobre
igualdade e uma nova reorganização política onde o poder não estaria concentrado
na mão do rei.
O iluminismo teve significativa influência sobre o pensamento
revolucionário defendendo que os
objetivos da humanidade são o conhecimento, a liberdade e a felicidade.
Crise no Antigo Regime
Na segunda metade do séc. XVIII, a organização política e social francesa começou
ser questionada através das ideias iluministas.
Também contribuíram a crise financeira que a França mergulhou após as más colheitas
de trigo e os gastos militares na Guerra de Independência dos Estados Unidos.
Mesmo com os problemas no campo, os impostos aumentaram. O Terceiro Estado, no entanto, passa a exigir melhores condições de vida e
a reforma do governo.
De modo a encontrar uma solução para a crise financeira, o rei convocou a
Assembleia dos Estados Gerais para encontrar uma saída. Contudo, tanto o Primeiro, como o
Segundo Estado não desejavam perder seus privilégios e começar a pagar tributos.
Durante as reuniões, a burguesia e o baixo clero se unem, para forçar o rei
a aceitar mudanças como uma Constituição.
As mudanças mais profundas, como a abolição dos privilégios feudais, só
foram consolidadas após Revolução Francesa, em 1789.
Revolução Francesa e Antigo
Regime
A Revolução Francesa instaurou uma nova ordem social provocando o fim do
antigo regime.
O movimento revolucionário iniciou quando a burguesia queria participar da
estrutura política e exigir que o clero e a nobreza pagassem impostos.
Por sua parte, o Tesouro francês estava vazio; e o país experimentava falta
de alimentos e o excesso de impostos.
No contexto ideológico, as ideias iluministas questionavam o Absolutismo,
pregavam uma nova ordem social e econômica, onde todos seriam iguais.
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