9 Compositoras brasileiras que você precisa conhecer

Dona Ivone Lara


Chiquinha Gonzaga (1847-1935)

Nascida no Rio de Janeiro, em 1847, Chiquinha Gonzaga foi a pioneira em vários âmbitos: a primeira mulher a assinar uma composição, a reger uma orquestra e a dedicar-se ao choro. 

Aliás, podemos dizer que ela ajudou a inventá-lo, pois o choro era a mistura de tango, fox-trote, habanera e maxixe sendo sistematizado nesta época por músicos como Ernesto Nazareth, Joaquim Callado, Patápio Silva e tantos outros.

Até hoje composições como "Ó Abre-Alas", "Lua Branca" são tocadas nos blocos de carnavais e gravadas por inúmeros intérpretes. 

Chiquinha Gonzaga faleceu em 1935, no Rio de Janeiro. 

Tia Amélia (1897-1983)

Amélia Nery nasceu em Pernambuco e foi apontada como a sucessora de Chiquinha Gonzaga. De fato, as duas souberam misturar a música erudita e popular, dando forma ao que conhecemos como música brasileira. 

Casada aos 17 anos, o esposo a impediu de seguir sua carreira. Amélia continua a tocar em casa, pesquisar o folclore pernambucano e a criar os filhos. Com a morte do marido, se vê sem recursos para seguir e começa a tocar profissionalmente. É contratada por várias rádios, faz uma turnê nos Estados Unidos e começa a gravar composições inspiradas nos ritmos brasileiros. 

Infelizmente, após sua morte, em 1983, Tia Amélia tem sua obra esquecida, mas pianistas como Hércules Gomes tem resgatado suas obras. 

Helza Camêu (1903 - 1995)

Nascida no Rio de Janeiro, em 1903, Helza Camêu começou estudar piano na infância e foi aluna do compositor cearense Alberto Nepomuceno. 

Estudou composição no Conservatório Brasileiro de Música. Em 1936, ganhou o segundo prêmio do concurso de composição promovido pelo Departamento Municipal de Cultura em São Paulo, com a Suíte Op. 9, para quarteto de cordas. No ano seguinte, vence com "Quadros Sinfônicos (lendo Gastão Penalva) Op. 17", um concurso de composição da Orquestra Sinfônica Brasileira. 

Compôs um ciclo de canções reunidas no "Livro de Maria Maria Sylvia" e organizou o acervo sonoro de música indígena do Museu Histórico Nacional. 

Suas obras, contudo, caíram injustamente no esquecimento. Somente a canção "Saudade" e a suíte "A Baratinha e o João Ratão", Op.22 (No.1-4), encontram espaço no repertório brasileiro.

Carolina Cardoso de Menezes (1913 - 2000)

Nascida em 1913, numa família de músicos, a pianista Carolina de Menezes destacou pelo seu virtuosismo e talento. Contratada em 1930 como pianista da Rádio Roquette Pinto ali se apresentaria ao lado da geração de ouro da rádio brasileira. Mais tarde, passaria a Rádio Tupi. 

Suas composições foram gravadas por nomes como Francisco Alves, Sílvio Caldas e Cauby Peixto. Além disso, gravou o primeiro disco dedicado à obra de Ernesto Nazareth, em 1952. 

Suas obras revelam seu virtuosismo pianístico e a variedade de ritmo da música brasileira, em composições como "Preludiando", "Ping pong" ou "Batuqueando".

Dona Ivone Lara (1922-2018)

Nascida no Rio de Janeiro, Ivone Lara Costa foi enfermeira e assistente social. No entanto, sua vida sempre esteve ligado ao samba e ao Escola de Samba Império Serrano. 

Dona Ivone Lara foi a primeira mulher a assinar um samba-enredo e participar da ala de compositores de uma escola de samba. 

Suas composições como "Acreditar", "Sonho meu", "Alguém me avisou", "Tendência" são obrigatórias em qualquer roda de samba que se preze. 

Dolores Duran (1930-1959)

Dolores Duran, nome artístico de Adiléia Silva da Rocha, nasceu no bairro da Saúde, centro do Rio de Janeiro, numa família pobre. Perdeu o pai muito cedo e ainda contraiu febre reumática na infância, o que comprometeria sua saúde. 

Nem por isso deixou de lutar pelo sonho de ser cantora e conseguiu ganhar um concurso de calouros. Naquela época, os cantores faziam sua carreira nas boates, que tinham música ao vivo e nas rádios, que tinham artistas contratados. 

Versátil gravou nomes como Aldir Blanc e Billy Blanco, e cantou clássicos do jazz como "My funny Valentine", canções em francês como "Ne me quitte pas", com uma pronúncia impecável. 

"A Noite do Meu Bem", "Castigo", "Ternura Antiga" são alguns dos sucessos compostos por Dolores Duran que fazem parte do cancioneiro nacional. 

Além disso, Dolores Duran escreveu a letra para melodias de Tom Jobim, como "Por causa de você". 

Elza Soares (1937)

Elza da Conceição Soares nasceu no subúrbio do Rio de Janeiro onde teve uma infância pobre e difícil. A primeira oportunidade artística foi o programa "Calouros em Desfile" de Ary Barroso. A partir daí surgiram oportunidades para se apresentar na companhia da bailarina Mercedes Batista. 

Elza Soares é considerada uma inovadora na maneira de interpretar o samba, pois introduziu os "scats" do jazz ao ritmo. A novidade lhe valeu críticas, mas ela soube conquistar o público.

Suas composições abarcam uma grande variedade de ritmos do samba ao pop. Dentre seus títulos podemos destacar “Swing negrão”, “Louvei Maria”, “Língua de pilão”, “Somos todos iguais” e “Lata d'água”.

Maria Luisa Priolli

Compositora e professora, autora de livros de teoria musical obrigatórios para os estudantes de música brasileiros. 

Lecionou na Harmonia Superior e Teoria Musical da Escola de Música da UFRJ, na qual foi sua diretora entre 1976 e 1980, e também e do Trinity College of Music of London.

Sua obra musical inclui tanto peças de inspiração modernista, "Sonata-fantasia" e "Arabesco", como obras melodias com sotaque brasileiro, "Lundu carioca". 

Rita Lee (1947)

Rita Lee Jones, nascida em São Paulo, foi a musa da música popular nos anos 60 e participou dos conjuntos "Os Mutantes" e "Tutti-frutti." É considera a pioneira do rock no Brasil e a mulher que mais vendeu discos no país. 

Em outubro de 1982, lança em parceria com seu marido, o guitarrista Roberto de Carvalho, o LP "Rita Lee". Assinando a maioria das faixas, uma das canções, "Flagra", foi escolhida para abertura de novela, enquanto "Meu bem, você me dá água na boca", estourou nas rádios. 

"Saúde", "Cor de rosa choque", "Mania de você", "Jardins da Babilônia" são alguns sucessos criados pela artista. 

 

 


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