Guerra Civil Espanhola


 
Aspecto de um búnker usado na guerra Civil Espanhola, em León

A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) foi um conflito que opôs a República espanhola contra o Exército e forças de direita, chamados nacionalistas.

A guerra se inicia em 17 de julho de 1936 quando as tropas que estão na África, às ordens do general Franco, se levantam contra o governo da Frente Popular.

O conflito termina em 1º de abril de 1939 com a vitória dos nacionalistas e Franco estabelece a  ditadura que dura até 1974. 

Antecedentes da Guerra Civil Espanhola

Em 1923, sem conseguir conter as revoltas e greves que se espalhavam pela Espanha, o general Miguel Primo de Rivera propõe ao rei Alfonso XIII fechar o congresso e decretar uma ditadura. Em 1930, este regime dá sinais de desgaste e Primo de Rivera demite.

O descontento continua, com ataques abertos à monarquia e às instituições democráticas. Em 1931, acontecem as eleições municipais que elegem mais candidatos de esquerda, favoráveis à República.  

O rei Afonso XIII entende que já não seria possível continuar e decide sair do país e a República é proclamada neste mesmo dia em Madri, 14 de abril de 1931.

Segunda República espanhola

Niceto Alcalá Zamora é indicado como presidente da República e começam a redigir uma nova Constituição, com marcado caráter anticlerical. Por todo país são queimadas igrejas, túmulos são profanados e obras de arte religiosas são destruídas.

Zamora demite ao não concordar com os ataques à Igreja. Assume Manuel Azaña que, temeroso com uma possível reação negativa de Zamora, convida-o para ocupar a Chefia de Estado, enquanto ele estaria responsável pelo governo.  

Longe de acalmar os ânimos, os conservadores, especialmente a burguesia e grandes proprietários de terra, continuam a apoiar os partidos de direita. Surge nesta época a Falange, fundada pelo carismático José Antônio Primo de Rivera. Simpatizante do fascismo, a Falange une os simpatizantes de direita e concorre as eleições de 1936.

Em fevereiro de 1936, a esquerda comparece aparece às eleições aglutinada na Frente Popular. Os resultados, porém, foram contestados e o povo voltou às ruas. Com a polarização política, os enfrentamentos nas ruas entre a direita e a esquerda começaram.

O Exército também não se mostrava contente com a República. Em 1932, o General Sanrujo se levanta com sua tropa, mas fracassa e ele segue para o exílio em Portugal. Enquanto isso, outros generais, especialmente os que estavam estacionados na África, iniciam as conspirações.  

Os militares, cada vez mais temerosos que um governo comunista se instalasse na Espanha, passam, então, a conspirar e espera o momento para atacar a República.

Início da Guerra Civil

O detonante foi o assassinato, por parte dos falangistas, de José del Castillo, tenente da guarda civil republicana, em 12 de julho de 1936.

Para se vingar, os republicanos assassinam José Calvo Sotello, grande figura da direita, e causam grande comoção.

A morte de Calvo Sotello fez Franco se decidir e aderir à conspiração. Em 17 de julho de 1936, quatro dos 34 generais da ativa, se sublevaram. Contudo, o levantamento não conta com a adesão das grandes cidades como Madri e Barcelona, que resistem. Começa a guerra fratricida.

Também o povo pegou em armas e formou milícias. Inicialmente, seu alvo principal era a Igreja, mataram cerca de 8.000 religiosos e destruíram vários templos e mosteiros.

Já os nacionais transformaram a guerra numa “nova Cruzada”. Realizavam julgamentos sumários a prisioneiros republicanos e, assim, acabaram matando pessoas como o poeta García Lorca. Da mesma forma, cometeram ações sem objetivo militar como o bombardeamento do Museu do Prado cujos quadros tiveram que ser transferidos para a Suíça. O General Mola, um dos líderes nacionalistas, recomendou "usar tanta violência quanto seja necessária”.

Ajuda internacional

Os dois lados contaram com ajuda internacional. Os nacionalistas foram apoiados pela Alemanha e Itália, enquanto os republicanos contaram com o auxílio da União Soviética e das "Brigadas Internacionais" formada por voluntários de 50 países diferentes).

A União Soviética também auxiliou os republicanos com armas e logísticas, e Stalin foi pago com a reserva de ouro do Banco central.

Importante destacar que França e Grã-Bretanha não ajudaram a República e ainda fizeram um acordo para que nenhum país interviesse. Isso não impediu que Ingleses e americanos fornecessem combustível à Alemanha e Itália.

O exército nacional avança cada vez mais até conseguir conquistar grandes cidades como Valência, Barcelona e finalmente, Madri. Terminava a guerra que matou 540.000, entre civis e militares, e fez 400.000 pessoas deixarem o país. 

Resumo

Atores

José del Castillo, José Calvo Soltello, General Mola, General Franco, Miguel Primo de Rivera, General Sanrujo, Alfonso XIII, Niceto Alcalá Zamora, Manuel Azaña,

Período histórico

1936-1939

Local

Espanha

Antecedentes

Crise da Segunda República Espanhola, enfrentamento entre a direita e a esquerda.

Causas

Levantamento militar contra o governo da Frente Popular e temor de uma instalação de um governo comunista na Espanha.


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