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Araucária |
A Gralha Azul e a
araucária
No tempo que o Criador
estava fazendo o mundo viu que a Terra era muito grande e precisaria de auxílio
para espalhar as sementes das árvores. Pediu ajuda aos pássaros, bichos alegres
e irrequietos, que certamente não iam recusar.
No entanto, nenhuma ave
aceitou, pois estavam ocupadas em contemplar suas coloridas penas, construir
seus ninhos ou compor melodias com seu canto.
Apareceu, então, a
gralha, de penas negras, com seu grito estridente e desagradável. A ave se
ofereceu para o serviço e passou a plantar as sementes do pinhão. Para
agradecer o seu gesto, Deus a cobriu de azul da cor do céu, tornando-a distinta
de todas de sua espécie. Os índios coroados assobiavam sua melodia e os negros
escravizados afirmavam que nenhum tiro de espingarda alcançava a gralha-azul.
A gralha-azul é tão
querida que foi adota como símbolo do estado do Paraná e continua sua missão de
plantar a araucária pelas serras da região.
Lenda do João-De-Barro
Sabia que o
João-De-Barro e sua companheira, fazem um ninho fechado para criar seus
filhotes? É o único pássaro que faz isso. Querem conhecer o motivo?
Há muito tempo, numa
aldeia do sul do Brasil, o jovem Jaebé se apaixonou pela índia mais linda da
tribo e foi pedi-la em casamento.
- Muito bem! - disse o
pai da moça – Mas antes, você deve provar se realmente ama a minha filha.
- Aceito – respondeu
Jaebé – ficarei nove dias sem comer nem beber.
Os indígenas o
enrolaram num grosso couro de anta, onde ele não poderia sair.
Passados nove dias, a
aldeia inteira foi ao local onde se encontrava Jaebé e desenrolaram o couro.
Uns achavam que ele estava morto, outros que ele tinha desistido e fugido, mas
o índio saltou e se pôs a cantar para sua amada.
Enquanto entoava a
melodia, seu corpo se encheu de penas e Jaebé se transformou num pássaro. Os
raios da lua tocaram sua amada e ela também se converteu numa ave. Estavam tão
contentes que resolveram construir uma casa bela e protegida para sua família.
Negrinho do Pastoreio
Conta-se que no tempo
da escravidão, lá pelos pagos do sul, havia um senhor muito cruel que
maltratava os negros escravizados a menor falta que estes cometiam. Deixou cair
um saco de sementes no chão? Chicote. Alguém deixou ferramentas espalhadas?
Três dias sem comer.
O homem era dono dos
cavalos mais bonitos da região e quem cuidava deles era um menino órfão.
Num descuido, ele deixou escapar o cavalo baio, considerado o melhor de toda a
tropa. O senhor foi insensível aos rogos do menino, e furioso, mandou
chicoteá-lo. Ainda ordenou que fosse colocado em cima de um formigueiro para
que as formigas o comessem.
O menino passou à noite
gemendo e chamando por Nossa Senhora da Conceição, sua madrinha, para que o
livrasse daquele sofrimento. Enquanto isso, o malvado fazendeiro não conseguia
dormir. De madrugada levantou-se e ficou intrigado quando viu uma forte luz
vinda da direção do local onde ele havia mandado colocar o pequeno escravizado.
Rapidamente, ele se
levantou e foi até ali. Qual não foi a sua surpresa em encontrar o menino
risonho, com a pele perfeita, espantando as últimas formigas do seu corpo. Ao
seu lado, estava Nossa Senhora da Conceição e do outro, relinchava o cavalo
perdido. O menino olhou para o seu antigo senhor e não disse nada. Apenas
montou no cavalo baio, sorriu para Nossa Senhora e saiu cavalgando para pastorear
os pampas.
Dizem que o senhor se
arrependeu de sua maldade e nunca mais maltratou ninguém. Até hoje é possível
ouvir o Negrinho do Pastoreio pelos pastos do sul, cuidando dos animais
extraviados da manada e ajudando as pessoas a encontrar objetos perdidos.
As Pedras da Praia de
Itaguaçu
A praia de Itaguaçu, em
Florianópolis (SC), tem formações rochosas muito curiosas. Os nativos dizem,
que certo dia, as bruxas que viviam por ali resolveram dar uma festa e
convidaram vários amigos como a Mula-sem-cabeça e o Lobisomem. Só não chamaram
o diabo, porque ele cheirava muito mal!
- Elas não me
convidaram? – pensou o diabo – Pois eu vou assim mesmo!
Dito e feito, o
pai-da-mentira chegou à praia e quando todos os convidados já estavam comendo e
dançando, fez sua aparição triunfal e, digamos, fedorenta. As bruxas ficaram
espantadas e ficaram imóveis e mudas, como pedras.
- Como vocês nem
conseguem se mover e nem pedir desculpas – gritou – vão ficar assim pra
sempre!
Furioso, ele as transformou em pedras e assim elas estão até hoje, esperando que a raiva do coisa-ruim passe e as converta em bruxas novamente.
Gostou? Temos um texto
sobre Folclore
Brasileiro.
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