Revolução Industrial



 

A Revolução Industrial foi um processo, iniciado no século XVIII, que substituiu  o modo de produção doméstico (ou artesanal) pelo sistema industrial.

Características

A Revolução Industrial foi o fenômeno que mudou para sempre o modo de produzir bens.

Com as mudanças ficou mais rápido e barato produz bens de consumo. No entanto, os trabalhadores também se viram explorados e tiveram que lutar para conseguir boas condições de vida e trabalho.

Estas transformações não ocorreram de uma hora para outro e sim durante décadas. A Revolução Industrial ainda está acontecendo e  atualmente estamos vivendo a Quarta Revolução Industrial.

Modo artesanal x modo industrial

A produção artesanal ou doméstica é aquela onde toda a fabricação de um produto é realizada pelo mesmo indivíduo, muitas vezes na sua própria casa.

Já no modo de produção industrial várias pessoas realizam apenas uma etapa da produção. Também não serão mais proprietárias da matéria-prima, nem do local e nem das ferramentas de trabalho.  

O modo de produção industrial é a maneira de fabricar produtos em grande quantidade e pouco tempo.

Para isso são utilizadas máquinas que tornam a produção mais rápida e torna os produtos baratos; os bens fabricados em série por vários trabalhadores. A qualidade, porém, não será igual a um produto artesanal.

Para se ter uma indústria é preciso um grande investimento, pois as máquinas, o local, são maiores que na produção artesanal. Por isso, entra em cena o capitalista, aquela pessoa que possui o capital (dinheiro) para poder montar uma fábrica.

Origem e Causas da Revolução Industrial

A Inglaterra foi o país pioneiro na Revolução Industrial.

Existem vários fatores que cooperaram para isso como capital disponível, estabilidade política, mão de obra, mercado consumidor interno, colônias e tecnologia.

1.      1. Capital disponível

A expansão do comércio internacional dos séculos XVI e XVII trouxe aumento da riqueza para a burguesia. Isto permitiu a acumulação de capital capaz de financiar o progresso técnico e o alto custo da instalação das indústrias.

Com o capital disponível, os burgueses passaram a investir em máquinas a fim produzir mais artigos de consumo.

2. Estabilidade política

Após a Revolução Gloriosa, em 1688, a burguesia torna-se a maioria no Parlamento inglês. Assim, os burgueses começaram a criar uma série de leis que favoreciam suas atividades comerciais e financeiras.

Depois desta Revolução, não houve mais nenhuma guerra civil no território britânico. A estabilidade política e a paz interna garantiram que os recursos fossem aplicados nas indústrias que surgiam e no comércio.

3. Mão de obra

Desde o fim da Idade Média, parte da população rural inglesa se dirigia às cidades devido aos cercamentos do campo. O preço do aluguel das terras aumentava e muitos camponeses não conseguiam pagá-los e tinham que se dirigir à cidade.

O golpe definitivo veio com a Lei dos Cercamentos (1761), quando as terras comunais – aquelas que pertenciam à comunidade - foram eliminadas e a sobrevivência ficou mais difícil para os camponeses.

Desta forma, os camponeses acabavam se empregando nas fábricas que surgiam na zona urbana. As condições de trabalho, porém, eram péssimas, as jornadas longas e os salários baixos.

5. Mercado consumidor interno

Na Grã-Bretanha, não havia barreiras alfandegárias entre as diferentes regiões da nação. Igualmente, havia boas estradas com pedágio e rios que a circulação da produção interna.

4. Colônias

A Inglaterra também tinha colônias no Caribe, África e Ásia que garantiam fornecimento de matéria-prima barata para suas fábricas.

Assim, a burguesia inglesa pode contar com o crescente império colonial que assegurava mercado consumidor e matéria-prima.

5. Tecnologia

O espírito de investigação favorecido pelo Iluminismo fez surgir uma geração de cientistas e pesquisadores que inventaram máquinas. Vejamos dois exemplos:

Máquina a vapor – o engenheiro britânico James Watt, em 1775, aperfeiçoa a máquina a vapor permitindo o melhor aproveitamento da água e construindo assim o motor a vapor, mais potente do que os que funcionavam por tração animal.

Máquina de tear “spinning Jenny” - James Hargreaves aperfeiçou a antiga roca (aquela que aparece no conto da Bela Adormecida) e conseguiu que se fiassem oito fios, ao invés de um. Isto acelerou e barateou o curto de fabricação de tecidos e roupas.

Luta operária

Com o surgimento das indústrias foi preciso mais pessoas para trabalhar. Crianças e mulheres também entraram nas fábricas, realizavam as mesmas tarefas que os homens e  ganhavam menos que eles!

Isso fez com que surgisse a classe operária, que recebia baixos salários e cumpria jornadas de 16 horas.

Diante desta situação, vários movimentos surgiram para lutar por melhores condições de trabalho. Um dos primeiros, surgido em 1811, foi o ludita, nome derivado de Lend Ludlam, cujo objetivo era destruir as máquinas.

Na década de 1830, o movimento cartista, que lutava por mudanças tanto político como econômicas. No plano político reivindicava o voto para todos os cidadãos ingleses e no plano econômico, queriam uma jornada de trabalho de dez horas. 

Igualmente, os operários montavam associações, onde todos contribuíam com uma pequena parte do salário para que pudessem ter ajuda financeira em caso de enfermidades, acidentes ou morte.

Em seguida, surgiram as “trade union” (sindicatos), que lutaram para proibir o trabalho infantil e feminino, conseguir a jornada de trabalho de oito horas e o direito de greve.

Consequências da Revolução Industrial

Com a divisão da produção ocorreu o aumento do rendimento do trabalho, redução do custo de fabricação e o barateamento das mercadorias.

No entanto, o modo de produção doméstico desapareceu, as pessoas se deslocaram para a cidade e vida rural foi abandonada.

Também verificamos a concentração de renda na mão dos donos das indústrias, a expansão e a consolidação do sistema capitalista, e a degradação do meio-ambiente.

A industrialização caminhou com o progresso científico e tecnológico, bem como o avanço dos sistemas de comunicações e transporte, que tornaram o mundo pequeno.

O processo de industrialização, porém, acabou por distanciar os países entre si. Afinal, nem todos implantaram indústrias ao mesmo tempo, permanecendo na condição de fornecedores de matérias-primas para os países industrializados.

Esses produtos são mais caros e marcam as diferenças entre as nações, pois uma das maneiras de medir se um país é avançado é avaliar o quanto ele é industrializado.

Resumo

Atores

Camponeses, capitalistas, burgueses, operários

Período histórico

Segunda metade do séc. XVIII e primeira do séc. XIX

Antecedentes

Fortalecimento da burguesia, valorização do dinheiro e do comércio.

Causas

Acumulação de capitais, cercamento dos campos e êxodo rural, estabilidade política, mercado consumidor interno, colônias e avanços tecnológicos.

Consequências

Surgimento de fábricas, produção em série, do movimento operário, distanciamento econômico entre os países.

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