Socialismo: características e tipos

A foice (representando o campo) e o martelo (a indústria) sobre o vermelho (o sangue dos trabalhadores) é um símbolo socialista. 

 


O socialismo nasceu com as ideias iluministas aplicados ao mundo industrial. 

Na origem, o socialismo era o contrário de liberalismo. Ao invés o liberalismo do mercado, onde tudo seria organizado pelos capitalistas, os socialistas acreditavam que os seres humanos poderiam se auto gestionar.

Características do socialismo 

O socialismo defende o fim da propriedade privada, do Estado capitalista, o bem-estar do coletivo sobre o indivíduo e luta pelo fim da desigualdade social. 

O argumento central do socialismo é que a propriedade privada não beneficia a todos, somente ao proprietário. As pessoas que fazem o trabalho duro - camponeses e operário - não seriam as maiores ganhadoras. 

Por sua vez, o Estado capitalista (ou liberal), seria apenas uma forma de manter o privilégio das classes sociais mais abastadas. Por isso, ele deveria ser refundado. 

Desta forma, o socialismo busca implantar uma nova sociedade, onde o centro seria a propriedade coletiva, onde os meios de produção seriam dos trabalhadores ou do Estado socialista. 

Para isso, a sociedade deveria abandonar os princípios liberais que só estimulam a competição e se centrar no bem-estar geral. 

O socialismo inspirou debates, revoluções e sistemas de governo no mundo inteiro. Longe de ser algo único, dividiu-se em várias correntes. Vejamos as mais importantes: 

Socialismo utópico 

Este termo designa os primeiros pensadores que adotaram as ideias iluministas e buscaram colocar em prática um novo tipo de sociedade, como Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen.

Estes acreditavam que o ser humano é bom, mas a organização social vigente o impedia de evoluir. Por isso, acreditavam numa administração descentralizada, mas onde todos teriam importância para fazê-la funcionar.

Da mesma forma, desprezavam a ação política e acreditavam que a sociedade se transformaria através do estabelecimento de comunidades exemplares. Defendiam o cooperativismo, onde os trabalhadores organizariam os meios de produção, bem como o lucro obtido.

O adjetivo “utópico” foi dado por F. Engels para diferenciá-los dos socialistas científicos. Dessa maneira, “utópico” é empregado aqui com o sentido de sonhador e irrealizável; ao contrário dos socialistas científicos que seriam aqueles que planejariam suas ações racionalmente para mudar a sociedade e implantar o socialismo.

Socialismo científico 

Origina-se das críticas feitas por Marx e Engels à sociedade capitalista e ao Estado burguês. O termo foi usado por Proudhon, fundador do anarquismo, em 1840, e popularizado por Engels para descrever a teoria marxista.

Marx considerava o Estado como o lugar onde uma determinada classe poderia defender seus interesses. Dessa forma, a história das sociedades era apenas a “historia da luta de classes”, pois elas teriam interesses muito diferentes e até antagônicos.

Assim, o socialismo científico defende que se acabe com o Estado como um instrumento para que as classes mais ricas possam se perpetuar e desta forma excluir grande parte da população.

Socialismo real

Indicava o modelo de socialismo implantado na União Soviética que consistia num Estado forte, controle da economia pelo Estado, existência de somente um partido político, censura aos meios de comunicação. Os países satélites da URSS como Hungria e Tchecoslováquia eram obrigados a seguir estas normas.

Socialismo moreno 

Designa a adaptação das ideias socialistas por um grupo de intelectuais latino-americanos. 

Defende a democracia, a reforma agrária, os direitos trabalhistas e a distribuição de renda. No Brasil, seus principais defensores foram Darcy Ribeiro e o governador Leonel Brizola.

Socialismo de mercado 

Corrente originária nos anos 90 é uma corrente política que tenta conciliar os princípios socialistas com os capitalistas. Numa empresa, consiste na descentralização da tomada de decisões através de assembleias e com maior participação dos operários.

Socialismo de mercado também seriam os planos quinquenais contidos na Nova Política Econômica na URSS. Atualmente, Cuba e China declaram-se seguidoras deste mercado, pois sua economia é planejada pelo Estado.  

 

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