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Estátua de Martinho Lutero, em Wittenberg, na Alemanha. |
A Reforma Protestante foi ocorreu na primeira metade
do século XVI quando vários pensadores, como Martinho Lutero, João Calvino e Ulrico
Zwingli, questionaram certos dogmas da Igreja Católica. Também na Inglaterra, o
rei Henrique VIII decide romper com a Igreja Católica.
O movimento ocorreu devido às profundas mudanças
políticas e econômicas pelas quais passava o Ocidente, como o humanismo e o
cientificismo.
Protestar contra a Igreja Católica não era novidade, pois vários grupos como os cartaginenses e albigenses, já o tinham feito.
Desta vez, no
entanto, a Igreja não conseguiu conter a circulação destas novas teorias e foram
fundadas igrejas cristãs, que não reconheciam a autoridade do Papa.
Origem da Reforma Protestante
A centralização monárquica que ocorria desde o final
da Idade Média, tornou tensa a relação entre os reis e a Igreja.
Com o crescimento do poder dos monarcas, a Igreja
viu o seu poder temporal questionado. Afinal, tal como os soberanos e nobres, a
Igreja - possuidora de grandes extensões de terra - recebia tributos feudais.
Com o fortalecimento do Estado Nacional, contudo, essa
prática passou a ser questionada pelos monarcas que desejavam reter estes
impostos no reino.
Os camponeses também estavam descontentes com a
Igreja, pois como grande proprietária e cobrava impostos dos camponeses.
Nesta época, o comércio ganhava cada vez mais
importância e o acúmulo de capitais crescia. A Igreja condenava algumas das
práticas capitalistas nascentes, entre elas a usura - cobrança de juros por
empréstimos - e defendia a comercialização sem direito ao lucro abusivo e o
"justo preço".
Esta condenação levava aos comerciantes e
investidores a terem dúvidas sobre sua salvação e se sua atividade era
moralmente correta. Queriam ver sua atividade reconhecida social e
espiritualmente, mas esbarravam nas condenações feitas pelo clero.
Críticas à Igreja Católica
Parte do clero
da igreja católica também era alvo de críticas, pois acumulavam riquezas e
exigiam sempre mais para levantar templos suntuosos.
A maioria dos fiéis
não era instruída e realizava os ritos sem saber exatamente do que se tratava,
apenas por tradição ou medo. Este também foi um ponto que os reformadores
atacaram duramente.
O início da Reforma
A Reforma Protestante foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano alemão, e professor da Universidade de Wittenberg.
Um dos principais alvo de suas críticas eram as indulgências.
No entanto, o que são indulgências? Na doutrina
católica, indulgência é um ato que todo fiel pode fazer para redimir a pena
pelos seus pecados. Estes atos incluem a confissão, orações, meditação e obras
de caridade.
Em 1517, revoltado com a venda de indulgências
realizada pelo dominicano João Tetzel, escreveu em documento com 95 teses onde expunha
suas críticas à Igreja e ao próprio papa.
Como costume, ele pregou este escrito na porta de
uma igreja a fim de que seus alunos a lessem e se preparassem para um debate em
classe. No entanto, alguns estudantes resolveram imprimi-las e lê-las para a
população, espalhando assim, as censuras à Igreja Católica.
Diante da acolhida destas ideias, em 1520, o papa
Leão X redigiu uma bula condenando Lutero e exigindo sua retratação. Lutero
queimou a bula em público, o que agravou a situação.
Em 1521, o imperador Carlos V, católico, convocou
uma assembleia, chamada "Dieta de Worms", na qual o monge foi
considerado herege. Acolhido por parte da nobreza alemã, refugiou-se no castelo
de Wartburg, onde se dedicou à tradução da Bíblia do latim para o alemão, e a
desenvolver os princípios da nova religião.
Além das críticas ao poder papal e às indulgências,
Lutero defendia que a Bíblia deveria ser escrita na língua vernácula; os
rituais religiosos, mais simples, e os fiéis deveriam ter mais espaço nos
cultos.
Seguiram-se guerras religiosas que enfrentaram
príncipes católicos e protestantes. Os conflitos só foram concluídos em 1555,
pela "Paz de Augsburgo". Este acordo estabelecia que cada governante,
dentro do Sacro Império Romano-Germânico, poderia escolher livremente sua
religião e a de seus súditos, sem a interferência do Imperador.
Calvinismo
Os questionamentos e a revolta de Lutero se
espalharam pelo continente europeu.
Suas ideias foram reformuladas por alguns de seus
seguidores, particularmente pelo francês João Calvino
(1509-1564).
Calvino pertencia à burguesia e criticava os ritos
católicos pela sua excessiva pompa e defendia uma religião mais íntima, sem a
necessidade de intermediários. Para Calvino, a salvação não dependia dos fiéis
e sim de Deus, que escolhe quem deverá ser salvas (doutrina da predestinação).
Perseguido, refugiou-se em Genebra, na Suíça, onde a
Reforma havia sido adotada. Dinamizou o movimento reformista completando e
ampliando a doutrina luterana.
Determinou que não houvesse nenhuma imagem nas
igrejas e nem sacerdotes, apenas homens que explicassem as escrituras. Para
Calvino, a Bíblia era a base da religião, não sendo necessária a existência de
um clero regular.
O calvinismo expandiu-se mais rapidamente por toda a
Europa do que o luteranismo. Atingiu os Países Baixos e a Dinamarca, além da
Escócia, cujos seguidores foram chamados presbiterianos; na França, huguenotes;
e na Inglaterra, puritanos.
Consequências da Reforma Protestante
A Reforma Protestante provocou o fim da hegemonia
católica na Europa, pois muitos países
deixaram de ser católicos. Importante ressaltar que a perseguição religiosa
ocorreu tanto em países católicos como nos protestantes.
O movimento cooperou para a diminuição do
analfabetismo, pois o protestantismo estimulava que cada fiel soubesse ler e
interpretar a Bíblia por sua conta.
No campo político, ao dar ao fiel autonomia para
interpretar as Escrituras, acabou consagrando a participação ativa do fiel na
igreja e na atuação pública.
Origem do termo “protestante”
A denominação de protestante surgiu na Segunda Dieta
de Spira, em 1529.
Esta reunião foi convocada por causa do avanço dos
turcos na Áustria e para condenar qualquer outra reforma que surgisse.
Alguns príncipes que apoiavam as ideias luteranas protestaram,
pois sentiam que perdiam um direito já adquirido. Esta ação consagrou o termo “protestantismo”
para designar este fenômeno.
Resumo da Reforma Protestante
Atores |
Paulo III, Martinho Lutero, João Calvino |
Tempo histórico |
Século XVI |
Antecedentes |
Renascimento, Humanismo, valorização do dinheiro. |
Causas |
Abuso da venda de indulgências, críticas ao acúmulo
de riquezas da Igreja Católica e das práticas rituais sem conhecimento |
Consequências |
Reforma da Igreja Católica, criação de novas igrejas
baseada nas ideias de Lutero e Calvino |
Tem mais conteúdo neste texto sobre a Reforma Católica.
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