Dom Pedro II: infância e reinado


 

Dom Pedro II do Brasil foi o segundo imperador e o Chefe de Estado que mais tempo permaneceu no posto no Brasil.

Nasceu em 2 de dezembro de 1825, no Rio de Janeiro e faleceu em Paris, em 5 de dezembro de 1891, em decorrência de uma peneumonia.

Infância

D. Pedro II era o sétimo filho de D. Leopoldina e D. Pedro I. O casal teve oito filhos, mas nem todos sobreviveram à infância. 

Quando D. Pedro II nasceu estavam vivas as infantas Maria, Januária, Francisca e Paula. D. Leopoldina ainda teria mais uma gravidez, mas nem ela e nem a criança sobreviveriam ao parto. Em 1833, a infanta Paula falecia.

Mais tarde, D. Pedro I se casaria novamente com a Princesa Amélia de Leuchtenberg, que assumiu o papel de mãe dos pequenos órfãos e D. Pedro II desenvolveu uma grande afeição por sua madrasta.

Em 1831, diante da crise pelo trono de Portugal e as crescentes manifestações em contra D. Pedro I no Brasil, este decide abdicar no seu filho que tinha apenas cinco anos. D. Pedro I vai para Portugal, onde empreende uma guerra contra seu irmão, D. Miguel.

Assim, de uma só vez, Dom Pedro II perdeu o pai e a sua segunda mãe.

Educação

D. Pedro II recebeu aulas de história, filosofia, religião, geometria, aritmética, música e idiomas, como francês, alemão, inglês e espanhol. Sua educação não se diferencia daquela que os príncipes europeus recebiam.

O menino tinha quase todas as horas do dia ocupadas com lições e era extremamente vigiado, pois dele dependia o futuro político da nação.

Período Regencial

A saída de D. Pedro I iniciou o Período Regencial (1831-1841), quando os regentes indicados pela Câmara se revezaram na direção do país. Com o poder central fragilizado, várias províncias pegam em armas para se separar do Império do Brasil em rebeliões como a Farroupilha, Sabinada, Cabanagem, Balaiada e Malês. 

A Câmara se encontrava dividida entre restauradores, que desejavam a volta de D. Pedro I e os moderados, que desejavam a monarquia constitucional. Após a morte de D. Pedro I, os restauradores deixaram de existir e os grupos se dividiram entre conservadores, queriam um país com um governo central forte; e os liberais, que defendiam mais autonomia para as províncias.

Em 1840 foi criado o Clube da Maioridade que defendia a antecipação da maioridade de D. Pedro II, algo que foi conseguido com a Lei Interpretativa do Ato Adicional.

Golpe da Maioridade

Diante das rebeliões provinciais e da divisão dos políticos, o parlamento aprova a antecipação da maioridade de d. Pedro II, em 23 de julho de 1840. 

D. Pedro II assume o trono com 14 anos. 

Casamento

Uma vez coroado, a preocupação era encontrar uma princesa para desposar com o Imperador do Brasil. Uma das propostas era procurar a noiva entre alguma prima da Casa de Habsburgo, mas as tentativas não se concretizaram.

Então, por sugestão do embaixador do Reino das Duas Sicílias, é oferecida a mão da princesa Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias. O casamento se realiza por procuração em 30 de maio de 1843 e D. Teresa Cristina chega ao Brasil no mesmo ano.

O matrimônio geraria quatro filhos, porém somente duas filhas chegariam à vida adulta.

Viagens de D. Pedro II

Homem culto e curioso, D. Pedro II viajou por várias províncias brasileiras como o Rio Grande do Sul, Curitiba, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pernambuco, etc.

Essas viagens tinham uma dupla função: conhecer o país e dar-se a conhecer pelos súditos. Por isso, inaugurava obras de infraestrutura, inspecionava hospitais, assistia a ofícios religiosos e concertos, mantendo contato com as autoridades locais.

Igualmente, realizou três viagens pela Europa, onde travou conhecimento com personagens do mundo da literatura, filosofia e da política.

Leia sobre as Viagens de D. Pedro II pelo Brasil

Golpe da República

A Guerra do Paraguai foi um marco no Segundo Reinado.

O Exército adquiriu consciência da sua importância e passou a criticar abertamente o monarca e o regime.

Alguns fazendeiros, insatisfeitos com a abolição da escravatura sem indenização, também engrossavam o coro dos descontentes. Ainda havia políticos que também não concordavam que o trono passasse para a herdeira, a princesa D. Isabel, pelo simples fato de ela ser mulher.

No dia 15 de novembro de 1889, um grupo de oficiais, liderados por Marechal Deodoro da Fonseca, força a caída do ministério e da monarquia.  

Para evitar derramamento de sangue, D. Pedro II não permite a reação dos oficiais do Exército que mantiveram fiéis à Coroa. A Família Imperial é banida e enviada para o exílio.

Morte de D. Pedro II

Após uma breve estada em Portugal, D. Pedro II e sua família decidem se estabelecer na França, terra natal do seu genro, o Príncipe Gastón, conde D'Eu. 

D. Pedro II viveu em Paris e cultivava hábitos simples como ir à biblioteca e passear pelas ruas da cidade. Sua saúde já não era boa e ao pegar o vento frio do outono parisiense, um resfriado rapidamente se transformou em pneumonia. 

O corpo de D. Pedro II foi levado para Lisboa e permaneceu na igreja de São Vicente de Fora até 1921, quando foi transladado para o Brasil. 

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